parece, porque a verdade é que esses indivíduos não estão encarregados, como o Miguel, de escovar o meu fato.
A câmara conservadora defende-se! rejeita por 51 votos contra 23 a reforma da
Carta! Mas como foram estranhas as declarações de alguns dos 51 conservadores!
Porque (quem jamais o diria?) eles só votaram contra a reforma da Carta — por entenderem que a Carta deve ser reformada.
O Sr. Silveira da Mota é mais estranho ainda! Examina, com grande critério, todas as reformas que o País precisa — e termina por dizer que em vista daquela dolorosa ladainha, o País não precisa nenhuma. O que se traduz deste modo trágico: isto está tão arruinado que já agora deixá-lo ficar assim!
O Sr. Barros e Cunha declara que todo o seu sentimento (êxtase, melancolia, doçura, amor, etc.) são pela reforma da Carta: mas que a frieza da sua cabeça não lhe permite admitir essa reforma. Como homem frio, quando raciocina, o Sr. Barros e
Cunha é conservador: mas como homem de sentimento, quando cisma ao luar, quando segue o gemer da guitarra, quando escuta o rouxinol — ai! como ele então deseja a reforma da Carta!
O Sr. Adriano Machado não quer aquele projecto da reforma da Carta — porque pretende ele mesmo apresentar um. Isto entende-se. É um homem que tem ambições e a sede de um nome! Em lugar da Reforma Mendes, aspira a que os jornais da província