XXIV
Agosto 1871.
O parlamento vive na edade de ouro. Vive nas edades innocentes em que se collocam as lendas do paraiso-quando o mal ainda não existia, quando Caim era um bom rapaz, quando os tigres passeavam dôcemente par a par com os cordeiros, quando ninguem tinha tido o cavalheirismo de inventar a palavra calumnia! — e a palavra mente! não attrahia a bofetada!
Senão vejam! Todos os dias aqueles ilustres deputados se dizem uns aos outros: É falso! É mentira! E não se esbofeteiam, não se enviam duas balas! Piedosa inocência!
Cordura evangélica! É um parlamento educado por S. Francisco de Sales!
O ilustre deputado mente!
Ah, minto? Pois bem, apelo...
Cuidam que apela para o espalmado da sua mão direita ou para a elasticidade da sua bengala?
— Não, meus caros senhores, apela — para o Pa