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Página:Uma campanha alegre v1 (1890).pdf/277

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diplomacia bem fardada, bem bordada: e no fim se se lhe apresenta, por ter uma diplomacia, uma conta um pouco maior do que por ter um carroção — escandaliza-se e grita pelo sr. bispo de Viseu, D. António. De modo que um ministro plenipotenciário vê-se mais embaraçado com o rol das compras, que com o manejo das políticas!

Os diplomatas portugueses passam por agra. dar no estrangeiro pela sua palidez!

Mas não se sabe que a sua palidez vem, não da beleza de raça peninsular, mas da fraqueza de legação mal alimentada. Onde um embaixador português mais se demora, não é diante das instituições estrangeiras com respeito, é diante das lojas de mercearia com inveja! E se eles não podem alcançar bons tratados para o País — é porque andam ocupados em arranjar mais rosbife para o estômago. Se não fossem os jantares da corte e as ceias dos bailes, a posição de diplomata português era insustentável. E ainda veremos os jornais estrangeiros, noticiarem:

«Ontem, na Rua de... caiu inanimado de fome um indivíduo bem trajado.

Conduzido para uma botica próxima o infeliz revelou toda a verdade — era o embaixador português. Deram-lhe logo bifes. O desgraçado sorria, com as lágrimas nos olhos.»

Que o País atenda a esta desgraçada situação!