XXXIX
Outubro 1871.
Jesus, quando não soffria ainda aquella aspera me. lancholia que lhe deu mais tarde a presença de Je. rusalem branca e dura, era um meigo rabbi, que percorria perpetuamente, no infinito enlêvo do seu sonho, a sua tranquilla e humana Galiléa, ora a pé, ora n’um d’esses pequenos burros que teem os olhos tão grandes e tão dôces e que veem da alta Syria. Entrava nas synagogas; e, commentando os velhos papyros da lei, ensinava o Deus novo. Parava nos casaes, sentava-se as portas, sobre os bancos encanastrados de vime, debaixo dos sycomoros. As mulheres davam-lhe mel, vinho de Safed, e diziam: «fala, rabbi, fala! » As creanças tomavam-lhe as mãos, ou puxando lhe pelas compridas pontas do seu couffie, amarrado por uma corda da pelle de camêlo, queriam ver o fundo dos seus olhos. Os discipulos afastavam as creanças. Mas o Mestre murmurava sorrindo: