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Página:Uma campanha alegre v1 (1890).pdf/285

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de todo o decoro, os insultos e os desmentidos, a compostura plebeia e grossa, a ciência que lá falta, a intriga que lá abunda, a horrível baixeza daquela pocilga constitucional!

Imaginemos que esses estadistas conversam com esses que são entre nós os estadistas — e vêem, vergonha eterna! que eles ignoram a administração, a economia, a história, as questões do tempo, toda a ideia, todo o facto, e que por única verve e por

única profundidade sabem afirmar que o regedor de Cabanelas é amigo do ferrador da

Cortegaça e que este compadrio aldeão dá cinquenta votos combinados ao Governo de

S. M. F.!

Imaginemos que esses generais, que venceram em África e que venceram em

Espanha, estudam o nosso exército, visitam os nossos quartéis, examinam o nosso armamento, conversam com os nossos generais!

Oh por piedade! consideremos que esses professores podem entrar na obscura vergonha das nossas escolas! Que esses jurisconsultos podem querer ver os nossos tribunais! Que esses arquitectos podem deitar a luneta às nossas construções! Que esses pintores podem perguntar pelas nossas galerias! Que esses homens do mundo podem tratar com os nossos dândis, ou mirar-lhes a toilette! Que vergonhas! que vergonhas!

A companhia dos caminhos de ferro está abusando um pouco da amizade impaciente que (no seu entender) nós e a Espanha nutrimos reciprocamente. A cada momento nos facilita entrevistas baratas e ternas. Sim, decerto, nós e os Espanhóis meigamente nos amamos! Mas não sentimos a necessidade urgente e ávida de nos pre-cipitarmos, assim, todos os oito dias, nos braços uns dos outros!

Ah! meus senhores, não