gritaria o viajante ao postigo do vendedor de bilhetes.
E a companhia pregava-lhe a marca no bojo do saco de noite — e a comenda no peito do fraque. E o sr. comendador entrava para o seu vagão!
Há, evidentemente, duas intenções delicadas naquele derramar de condecorações:
A primeira é compensar as contas dos hotéis. Depois da guerra de Marrocos, aqueles que podiam mostrar uma cicatriz apresentavam-se na Secretaria da Guerra e recebiam a Medalha de África. Agora parece que, depois de alguns dias de Madrid, aqueles que puderem mostrar, não uma cicatriz mas uma conta de hotel, recebem na
Secretaria da Gobernacion a comenda de Carlos III! Nesse caso aqui estamos! Temos uma conta da Fonda de Madrid, em Cádis, Plaza Santo António, inumerável em gravanzos — e em duros inumerável! Em boa lógica não pode deixar de nos ser dada uma capitania geral! E ainda perdemos!
A segunda intenção é premiar os que viajam. Mas então que honras se reservam
àqueles que vão ainda além de Madrid? Que grã-cruzes se dão a quem vai a Barcelona?
Que títulos de nobreza esperam aqueles que chegam às Vascongadas?