tolerantes e as épocas proibitivas: os Srs.
Regedores são totalmente alheios a esta parte da jurisprudência.
Pois bem, foi justamente por não saberem corno rábulas estas portarias sucessivas, que os vinte pescadores da Foz foram encarcerados na Relação!
Um pobre homem passa o seu dia remando, quebrado pela luta com o mar, para comer à noite, na promiscuidade da mesma gamela, com uns poucos de filhos, uma pouca de sardinha. Levou para isso a sua rede de arrastar com que trabalha há muito, que ele vê no barco do seu amigo, do seu vizinho, do seu patrão. Desembarca ao pôr do
Sol, esfomeado, encharcado de agua — e encontra pela frente o Sr. Regedor! — E como existe a portaria de tantos de tal, revogada por uma portaria posterior, posta em vigor por outra, caída depois em desleixo, novamente revogada, alterada por uma diferente legislação, ultimamente anulada, e agora rediviva e activa — ele, por ignorar inteiramente esta jurisprudência trapalhona, vai ser levado por aqueles soldados ao
Porto e aferrolhado numa enxovia!
O crime deste homem, portanto, é não ler o Diário do Governo! Esse homem está preso por não ser um jurisconsulto! Esse homem será condenado