Se o Governo entende que deve abandonar à indústria, à iniciativa particular, à concorrência, à espontânea acção das vocações, a arte dramática — para que faz uma excepção ao teatro italiano, protegendo-o?
Se o Governo entende que deve auxiliar a arte teatral, como um elemento poderoso de civilização e de cultura moral — então para que faz uma excepção ao teatro português, desamparando-o?
Que o Governo pois se decida:
Ou se declara indiferente e desinteressado em questões de teatro — e então fecha igualmente os seus cofres aos galãs e aos tenores;
Ou se declara responsável pelo desenvolvimento deste progresso intelectual — e então dá um subsídio ao teatro nacional.
Nós não temos opinião. Compreendemos igualmente o Governo protegendo o teatro com subsídios, ou o Governo deixando o teatro à iniciativa industrial e literária.
O que condenamos, e toda a pessoa sensata o condenará connosco, é que, com uma lógica torpemente offenbáquica, o Governo diga:
— Eu nada tenho com a arte teatral, e por consequência dou 25 contos ao teatro italiano.
Ou diga:
— Eu sou o protector da arte teatral, e por consequência