os, contraria a necessidade urgente de regularizar interiormente uma emigração de província a província.
Em Portugal a emigração não significa ausência — significa abandono. O inglês, por exemplo, vai à Austrália e à América fazer um começo de fortuna — para voltar a
Inglaterra, casar, trabalhar, servir o seu País, a sua comuna, trazendo-lhe o auxílio da vontade robustecida, da experiência adquirida, do dinheiro ganho: para Portugal, o emigrante que volta, provido de boa fortuna, vem ser um burguês improdutivo, uma inutilidade a engordar.
Enfim a emigração é má, o Sr. Nathan funesto. Somente o nosso pesar é que o Sr.
Nathan, em lugar de alguns centenares dos nossos — não nos queira levar a nós todos.
Porque partimos já, sem hesitação, em massa. Fugimos das cebolas do Egipto. E, mais felizes que os israelitas, temos em lugar do incerto milagre do mar Vermelho — os excelentes vapores da Liverpool and Mississipi Steam Ship Company.
Vamos todos!
E estranho — que haja quem estranhe a emigração. Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento