O livro assim anotado, mudados os nomes —
é a descrição mais exacta do estado de Portugal. Como deve ser infeliz um rei inteligente, quando, caído em cepticismo e misantropia pela certeza que adquiriu de que está no meio de uma pocilga política, não pode todavia entregar a Nação à experiência republicana, nem chamar a si o poder absoluto! Um tal rei, se não se converte por fastio num bom rei de Yvetot — termina sempre por morrer cedo.
Ora, na Grécia, o facto permanente é a emigração. E nós emigramos, pelo mesmo motivo que o Grego emigra — a necessidade de procurar longe o pão que a Pátria não dá.
O Grego que não tem indústria, nem agricultura, nem comércio, encontra-se ao entrar na vida sem colocação: — toma então a sua carabina e vai para as montanhas que Teócrito cantou, roubar viajantes ingleses, ou embarca no Pireu e emigra para Alexandria, para
Trípolis, para as escalas do Levante, para os estados barbarescos, para Marselha, para qualquer ponto onde haja algum pão a roer ou alguma piastra a ganhar.
Nós, que (bem a nosso pesar) não podemos ir roubar para as montanhas porque não temos a quem roubar — vamos procurar o Sr. Nathan.
E o Governo, a opinião, admiram-se! Mas onde