ente nos parece que não há absoluta semelhança entre o cemitério público e o jazigo de família do sr. duque de
Palmela. Quando dizemos, ao estudar a nossa geografia, «Lisboa é capital de Portugal»
— não queremos inteiramente dar a entender que a capital de Portugal seja o Hotel dos dois irmãos unidos. E acrescenta o Bem: — «Se um negociante, enquanto vivo, não quer ter nada com as orações, com as assembleias religiosas, como pois condená-lo depois de morto a essas orações e assembleias que detestava em vivo?» O que equivale a dizer: —
Se esse negociante não queria ouvir missa, nem assistir ao lausperene, nem jejuar enquanto vivo — como condená-lo, depois de morto, a estar de joelhos ao lausperene e a comer bacalhau à sexta-feira?
Sim, Bem Público, estamos absolutamente de acordo! Um homem que gosta de comer à sexta-feira rosbife não pode, sem tirânica vileza, ser obrigado a ir para debaixo da terra, amortalhado, dentro do seu esquife, comer à sexta-feira o detestado rodovalho!
Sim, Bem Público! sim, amigo! sim, honrado colega! A verdade é essa! disseste-la com boca melíflua e sábia! Deve-se excluir do cemitério todo o homem que não ouviu missa em vivo... E lá o explicas, com profundidade no dizer e alto critério no pensar: — Porque não se pode obrigar