Página:Uma campanha alegre v1 (1890).pdf/373

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esse homem a ouvir missa depois de morto! — Sim, amigo, tu o disseste, tu, de juvenil fé e de discreto lábio.

Depois o Bem, num outro período austero, pretende combater a afirmação das

Farpas — «que o cemitério não pertence aos padres, pertence aos cidadãos». Para aniquilar esta ideia o Bem afirma que poderia dar uma longa razão, e explica qual é essa razão. Mas acrescenta: «Não a daremos, porque seria insensata» (Bem Público, pág.

188, linha 25). Não, Bem, não, tu não és insensato! não te calunies, amigo, não te humilhes, Bem! Não rojes assim uma cabeça penitente no pó igualitário do macadame!

Não, tu até tens boa ortografia! Até tens bem boa forma de letra! Se quisesses, até eras subtil! É que não queres! Se tu quisesses!

E continua o estimável Bem argumentando. As Farpas disseram: — «Os cemitérios têm a sua origem na higiene, na polícia, na moral, na vida municipal: não têm a sua razão de ser na teologia». E o Bem exclama: — «Pois dizendo tal caem num erro histórico: os cemitérios têm a sua razão de ser na teologia: basta o nome e a história para prová-lo». Mas então uma consideração pavorosa acode: a teologia é pelo menos — deve sabê-lo o Bem — posterior aos primeiros séculos do cristianismo. Começa com as escolas, e com os doutores.