Página:Uma campanha alegre v1 (1890).pdf/377

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em água benta! Os deveres da lactação primeiro que os desejos da devoção! Mas é perfeitamente revolucionário! A lactação antes da devoção — isto é, a natureza antes do misticismo, a razão antes da fé, o dever humano e consciente antes do dever divino e transcendente, o raciocínio antes do dogma, a higiene antes do Evangelho, a mãe antes da devota, o preceito naturalista antes da regra da

Igreja, o homem antes de Deus! Bravo, Bem Público! Segundo tu, o preceito, a missa, a

Igreja, são coisas secundárias, indiferentes, para quando houver vagar. Objecto de luxo, para os dias de ócio, uma forma do teatro aos domingos! «Que farei hoje, irei à igreja ou

à Rua dos Condes?» De modo que só quando a mulher tiver amamentado seu filho, arranjado a sua casa, cozinhado o seu jantar, cumprido todos os seus deveres humanos, e se achar numa hora desocupada e vaga — é que deverá ir à missa? Dizes excelentemente! Mas então repara bem, ó Bem. Se pões o mais pequeno dever humano antes do mais pequeno dever católico — rachas de alto a baixo o catolicismo: se a mãe deve amamentar antes de rezar, o homem deve obedecer à sua razão consciente antes de obedecer ao preceito religioso: tens a análise, a liberdade religiosa, a reforma, a revolução. Abres uma fresta no mundo velho e entra-te por ela um mundo novo! O Bem