V
Maio 1876.
O sr. bispo do Algarve, patriarcha, publicou uma pastoral.
Ergueu-se a este respeito um debate na camara, em que se falou consideravelmente em placet e non placet. A opinião liberal irritou-se vendo o sr. bispo do Algarve lamentar com azedume a extincção do poder temporal. A opinião liberal não ama o poder temporal, e entende que o Papa se deve occupar unicamente dos negocios do céo. A opinião liberal faz a policia do espiritualismo.
Ora affirmar que o papado pode viver exclusivamente do poder espiritual é uma patente má fé (não é o caso da opinião liberal), ou um prurido revolucionario (não é tambem o caso da honrada maioria constitucional). O que é então? Uma falta notavel de principios e de logica.
O papado podia viver sem o temporal quando a religião lhe dava o dominio em todas as consciencias, e fazia d’elle o vicariato de Deus.