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Escusamos de citar épocas históricas. O Papa tinha então também um domínio temporal — mas como uma jóia da sua tiara, não como condição vital da sua supremacia.
Não foi por possuir Roma e mais uns pedaços de terra que Gregório VII, Urbano II,
Inocêncio III se afirmaram tão grandes: as terras, de conquista ou de doação, eram apenas a glorificação do seu pontificado. O verdadeiro império tiravam-no eles da espontaneidade da fé católica e da força da unidade.
Desde que a fé se extinguiu, que por toda a parte o Estado fez cisão com a Igreja, e que a religião de dominadora passou a consentida — o que sustenta o catolicismo e a soberania espiritual? É a soberania temporal, o reino de Roma. Se o papado perder para sempre Roma, símbolo visível da supremacia religiosa — que fica? Um vago e indefinido interesse espiritual, falando em nome da fé que ninguém possui, e da tradição de S. Pedro que ninguém já sabe em que consiste.
O catolicismo degenera assim numa espécie de protestantismo — equilibrado entre o calendário e a indiferença.
De modo que a opinião liberal, que no parlamento protestou ser católica apostólica romana, censurando a defesa do poder temporal, censura a defesa do catolicismo e a defesa da unidade. E através