de dissolução. Ainda a dissolução não aponta ao longe, já a Câmara está encolhida debaixo dos bancos!
A Câmara não tem ciência. Nem administração, nem economia, nem direito público, nem direito constitucional, nem história, nem gramática: a Câmara nada sabe.
O Sr. Dias Ferreira, um professor consagrado, o Sr. Sampaio, um jornalista ilustre, e um ou dois magistrados que são deputados, poderiam, melhor que nós, vir contar nas
Farpas os discursos grotescos proferidos no parlamento em questões de doutrina.
A Câmara não tem eloquência. Queres ver, leitor de bom senso, um modelo de discurso? Foi o sr. deputado... Para que dizer o nome? A nossa questão não é de nomes,
é de factos. Vejam o Diário das Câmaras. O orador começa por um exórdio. Conta como Platão dormia a sesta, e o que faziam as abelhas do Himeto. Depois diz que desejava ter os dotes de suavidade e brandura para rastrear Platão. Pausa. Entra em seguida em matéria. Principia por declarar que já vai longe para ele o período da adolescência, mas que é natural que por lá lhe ficassem antigas fervenças, restos daqueles fluxos seivosos (textual). Depois explica como era o acordo que reinava entre os deuses de Homero: «Aquiles empunhava o gládio, Ájax brandia o ferro!»