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guerra, de destacamento para longe, de mudanças de corpo com despesas, etc.

3º A ameaça. A ameaça é mais especialmente feita pelo regedor na sua freguesia.

O regedor dirige-se ao eleitor e verte-lhe esta honesta eloquência:

— Tu tens um filho de 20 anos. Está para entrar no recrutamento. Se votas no

Governo livro-te o filho. Se não, tens o filho com a farda às costas.

Ou então:

— Tu sabes que tua filha tem aí um namoro. Se não votares com o Governo, a tua filha será chamada à presença da autoridade, e tens a vergonha em casa

Ou quando não:

— Tu andas colectado em 10. Se votares com o Governo, arranjo-te a que o sejas apenas em 9. Se votas contra, tens para o ano no cachaço 16 ou 17.

E aqui está como o Governo arranja votos — por cabeça.

Há votos por influência. Isto é — arranja-se um sujeito que dispõe de 50, 100, 200 votos: dá-se a esse homem uma comenda, um título; nomeia-se-lhe um primo recebedor ou apontador de estradas; e esse homem dá generosamente, para maior esplendor da monarquia,