esses 50, 100 ou 200 livres votos ao candidato do Governo!
E por todos os círculos se trabalha sem descanso! As autoridades têm dias pesados de fadigas, noites cortadas de telegramas. Bate-se por todo o concelho a áspera e ávida caça ao eleitor. Aqui ameaça-se, além compra-se. Demite-se aqui um regedor que é suspeito, além muda-se um pároco que é hostil. O eleitor é acariciado, saudado. Paga-se- lhe o vinho na taberna, promete-se-lhe a isenção do recrutamento para o filho, e excepção da décima para ele. Não há interesse que se não seduza, fraqueza que se não ataque, miséria com que se não especule.
E o pobre eleitor, aturdido, diz à mulher em casa:
— Oh! senhores, não me deixam! Por causa do tal conselheiro Felizardo.
— Mas quem é o Felizardo?
— Ora! É o Felizardo! Eu sei lá quem é! É um para deputado!
No entanto a oposição trabalha também. Os seus meios são menores. Recorre sobretudo à prosa. Manifestos nas vilas, discursos populares pelas freguesias, etc. Fala nos impostos, nas vexações do escrivão de fazenda, nas poucas estradas que o Governo faz —