Página:Uma tragédia no Amazonas.djvu/44

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muralha de madeira que devia limitar as suas terras, não só do lado do campo e da montanha como do da mata e do Iapurá.

Dentro de três dias os valentes filhos do Pará, de machado em punho, abateram troncos, fincaram-nos circularmente, levantando em volta da casa uma trincheira de seis pés de altura erriçada de pontas agudas, previamente aparadas nos postes, que podia desafiar um bando de malfeitores.

— Creio, disse o seu esposo a Branca, que, metidos neste baluarte, estamos perfeitamente a salvo.

— Não o creio eu, replicou com ar incrédulo a moça, e só me acharei segura quando longe daqui. Tanto, que sinto muito não estar neste momento em Manaus ou em Belém.

— Se é do seu desejo, Branca, falou tristemente Eustáquio, como quem está contrariado na sua vontade, podemos desde hoje nos preparar para a retirada, mas ou me engano inteiramente, ou não corremos mais risco algum.

— Enfim..., disse Branca, cortando o diálogo. Esse "enfim" exprimia muita cousa. Era a resignação passiva da jovem à persistência do marido e ao mesmo tempo a passagem da responsabilidade de qualquer desgraça para cima deEustáquio.