ERNESTO – Não posso... Não devo... JÚLIA – Ora quer fazer mistério. ERNESTO – Pois bem; vai por sua conta; depois não se zangue. D. Mariana, faça que não ouve. São seus olhos, Júlia! D. MARIANA – Hein!... JÚLIA (corando) – Ah! Ernesto! Quer zombar de mim? ERNESTO – Olhe que eu não sou cá do Rio de Janeiro. JÚLIA – Não importa; mas é estudante. ERNESTO – Boa maneira de lembrar-me a minha humilde posição. JÚLIA – Primo, não interprete mal as minhas palavras. ERNESTO – Oh! Não pense que desconfio, não! Sei que um estudante é um animal que não tem classificação social; pode ser tudo, mas ainda não é nada. É uma letra de câmbio que deve ser descontada pelo futuro, grande capitalista de sonhos e de esperanças. Ora as moças têm medo
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