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CENA IV

ERNESTO, HENRIQUE

HENRIQUE (entrando) – Aqui me tens às tuas ordens. Como passas? ERNESTO – Bem, meu amigo; peço-te desculpa do incômodo que te dei. HENRIQUE (com volubilidade) – Qual incômodo! Recebi o teu bilhete, dizias que precisavas de mim; fiz o que farias. Vejamos; de que se trata? ERNESTO – Desejava pedir-te um obséquio; mas tenho acanhamento; temo abusar da tua amizade. HENRIQUE – Escuta, Ernesto. Nós aqui no Rio de Janeiro costumamos ser francos; quando um amigo precisa de outro, pede; se ele pode, satisfaz; se não, diz abertamente: e nem por isso deixam de estimar-se da mesma maneira. ERNESTO – Tu me animas; vou dizer-te tudo. HENRIQUE – É o meio de nos entendermos. (Sentam-se.)