FILIPE – E vinte e um! Não tem que ver!, é o mesmo. Não me engano nunca! ERNESTO – Assim, este papel... eu tirei?... FILIPE – A sorte grande... É meio bilhete! Pertencem-lhe nove contos e duzentos! ERNESTO – Nove contos! Sou rico! Tenho dinheiro para vir ao Rio de Janeiro, ainda que meu pai não consinta. TEIXEIRA – Agora vai gastá-los em extravagâncias! ERNESTO – Pois não! Servirão para me estabelecer aqui; montar minha casa. Quero uma linda casinha como esta, um retiro encantador, onde a vida seja um sonho eterno! (A JÚLIA, baixo) Onde recordaremos os nossos três meses de felicidade! TEIXEIRA – Vamos; despacha este homem. ERNESTO – Tome, meu tio; tome o bilhete e arranje isto como entender. V.M.cê. me guardará o dinheiro. (TEIXEIRA e FILIPE saem; TEIXEIRA examina o bilhete). JÚLIA (a ERNESTO) –
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