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busios, de que usam nos seos adornos e enfeites para as grandes festas.

Não podemos convencer ás velhas afim de serem tirados taes enfeites, e sendo assim mesmo conduzido n’uma prancha por um francez, fizemos o seo funeral a maneira da Europa, levando o seo corpo á capella do Forte de São Luiz, onde recitamos as orações prescriptas pela Igreja para esse fim.

Seguiram-nos as velhas de bem perto, e não se animando a entrar, começaram a entoar uma musica tão alta e forte, que não nos entendiamos dentro da Igreja.

Imposemos silencio, e foi o corpo enterrado no cemiterio junto á capella.

As velhas se metteram entre os francezes, umas trazendo fogo, agoa, farinha, e outras o mais que ja dissemos para o caminho, o que mandei deitar fóra fazendo-lhes vêr a asneira por intermedio do interprete.

Recolheram-se as suas casas, onde se fartaram de chorar.

 


CAPITULO XXXII

Do regresso á Ilha do Sr. de la Ravardiere e de alguns Principaes, que o seguiram.


Com a chegada da barca portugueza o Sr. de Pezieux escreveo ao Sr. de la Ravardiere e expedio uma canôa para tal fim, descrevendo o estado em que nos achavamos e prestes a sermos sitiados em breve tempo.

Gastou a canoa tres mezes na viagem, e sciente destas coisas partio logo que poude em direcção da Ilha, afrontando