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pelos malvados e libertinos, a ponto de ser por elles aborrecido e ameaçado de ser espancado senão morto a não ser o receio, que tinham dos francezes.

Quando foi nossa gente ao Pará, elle a acolheu com toda a bondade e generosidade, ambicionando ser o chetuasap ordinario do chefe dos francezes, consistindo toda a sua fortuna e felicidade em ser amado e apreciado pelos francezes.

Tinha um filho com 20 annos d’idade, que recommendou muito ao Sr. de la Ravardiere e a todos nós, pedindo que o acolhessemos bem, não exigindo outra recompensa de sua fiel amisade senão a de poder seo filho viver entre os francezes, n’uma palavra — ser francez.

N’essa occasião tinha recommendado á seo filho, que se esforçasse o mais, que podesse, para aprender a lingua francesa, e para o conseguir com mais facilidade ordenou-lhe que frequentasse os francezes quanto podesse, estando sempre entre os residentes em Commã, e de tal fórma se houve, que aprendeo algumas palavras de nossa lingua.

Pensou este bom homem ter obtido todas as riquezas do mundo, quando vio seo filho balbuciar vinte ou trinta palavras francezas, e julgou ser tempo de trazer este grande doutor aos pays, isto é, aos padres para ser baptisado, e depois ser Caraiba, «francez.»

Tereis sem duvida notado, tanto por este discurso, como por muitos outros precedentes e subsequentes, que os selvagens julgavam necessario ser primeiro baptisado para depois ser francez, sendo manifesta loucura o pensar em contrario e na verdade não se enganavam.

O verdadeiro francez é mais francez pela piedade e religião do que pela origem, visto que Deos o felicitou fazendo-o vassallo e subdito de um rei christianissimo, primeiro filho da igreja, e sempre seo fidelissimo protector, como demonstrou em todo o tempo e em todas as occasiões.