Página:Viagens na minha terra, v1 (1846).pdf/137

Wikisource, a biblioteca livre
— 123 —


É muito mais poetico o frade que o barão.

O frade era, até certo ponto, o Dom Quixote da sociedade velha.

O barão é, em quasi todos os pontos, o Sancho-Pansa da sociedade nova.

Menos na graça...

Porque o barão é o mais desgracioso e estupido animal da creação.

Sem exceptuar a familia asinina que se illustra com individualidades tam distinctas como o Ruço do nosso amigo Sancho, o asno da Poncella de Orleans e outros.

O barão (onagros-baronius de Linn., l’ânne-baron de Buf.) é uma variedade monstruosa ingendrada na burra de Balaham, pela parte essencialmente judaica e usuraria de sua natureza, em coito damnado com o urso Martinho do Jardim das Plantas[2], pela parte franchinotica e sordidamente revolucionaria de seu character.