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que roeu a corda etc. etc.: vai sempre assim seguindo.

Mas o frade não nos comprehendeu a nós, por isso morreu, e nós não comprehendemos o frade, por isso fizemos os barões de que havemos de morrer.

São a molestia d’este seculo; são elles, não os jesuitas, a cholera-morbus da sociedade actual, os barões. O nosso amigo Eugenio Sue errou de meio a meio no ’Judeu errante’ que precisa refeito.

Ora o frade foi quem errou primeiro em nos não comprehender, a nós, ao nosso seculo, ás nossas inspirações e aspirações: com o que falsificou a sua posição, isolou-se da vida social, fez da sua morte uma necessidade, uma coisa infallivel e sem remedio. Assustou-se com a liberdade que era sua amiga, mas que o havia de reformar, e uniu-se ao despotismo que o não amava senão relaxado e vicioso, porque de outro modo lhe não servia nem o servia.

Nós tambem errámos em não intender o desculpavel êrro do frade, em lhe não dar outra