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Pois por isso mesmo vou: — pronunciei-me.

São 17 d’este mez de julho, anno de graça de 1843, uma segunda-feira, dia sem nota e de boa estrea. Seis horas da manham a dar em San’Paulo, e eu a caminhar para o Terreiro-do-Paço. Chego muito a horas, invergonhei os meus madrugadores dos meus companheiros de viagem, que todos se prezam de mais matutinos homens que eu. Ja vou quasi no fim da praça, quando oiço o rodar grave mas pressuroso de uma carroça d’ancien règime: é o nosso chefe e commandante, o capitão da impreza, o Sr. C. da T. que chega em estado.

Tambem são chegados os outros companheiros: o sino dá o último rebate. Partimos.

N’uma regata de vapores o nosso barco não ganhava decerto o premio. E se, no andar do progresso, se chegarem a instituir alguns isthmicos ou olympicos para este genero de carreiras — e se para ellas houver algum Pindaro ancioso de correr, em strophes e antistrophes, atraz do vencedor que vai coroar de seus hymnos immortaes — não cabe nem um triste minguado