— 183 —
A velha escutou em silencio alguns segundos,
e com aquelle ouvido agudissimo — penetrante
vista dos cegos — percebeu sem dúvida o que se
passava, e com mais confôrto e serenidade na
voz disse:
— 'Abre, Joanna, lê, minha filha.'
Joanninha abriu a carta, e percorreu com avidez as poucas linhas que ella incerrava.
— 'Não les?' acudiu a avó com impaciencia: ’Lê, lê alto, Joanna.’
— 'É para mim so a carta' disse ella friamente.
— 'Para ti so, como?' tornou a outra.
— 'É para mim so ésta carta... não diz nada que...'
— 'Não diz nada!’ replicou a avó 'Pois!... Lê, lê alto; seja como for, lê, e oiçamos.’
Joanninha parecia hesitar ainda; lançou os