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Capitulo IV. — De como o A. foi pensando e divagando; e em que pensava e divagava elle, no caminho da villa da Azambuja até o famoso pinhal do mesmo nome. — Do poeta grego e philosopho Démades e do poeta e philosopho ingles Addison: da casaca de penneiros e do palio atheniense, e de outros importantes assumptos em que o A. quiz mostrar sua profunda erudição. — Discute-se a materia gravissima se é necessario que um ministro d’estado seja ignorante e leigarraz. — Admiraveis reflexões de zigzag em que se tracta de re politica e de re amatoria. — Descobre-se porfim que o A. estivera a sonhar em todo este capitulo, e pede-se ao leitor benevolo que volte a folha e passe ao seguinte. 
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Capitulo V. — Chega o A. ao pinhal da Azambuja, e não o acha. Trabalha-se por explicar este phenomeno pasmoso. Bello rasgo de stylo romantico. — Receita para fazer litteratura original com pouco trabalho. — Transição classica; — Orpheu e o bosque do Ménalo. Desce o A. d’estas grandes e sublimes considerações para as realidades materiaes da vida: é desamparado pela hospitaleira traquitana e tem de cavalgar na triste mula de arrieiro. — Admiravel choito do animal. Memorias do marquez do F. que adorava o choito. 
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