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Capitulo X. — Valle de Santarem — Namora-se o A. de uma janella que ve por entre umas árvores. — Conjecturas várias a respeito da ditta janella. — Similhança do poeta com a mulher namorada, e inquestionavel inferioridade do homem que não é poeta. — Os rouxinoes. Reminiscencia de Bernardim Ribeiro e das suas saudades. — De como o A. tinha quasi completo o seu romance, menos um vestido branco e uns olhos pretos. — Sahem verdes os olhos com grande admiração e pasmo seu. — Verificam-se as conjecturas sôbre a mysteriosa janella. — A menina dos rouxinoes. — Censura das damas muito para temer, crítica dos elegantes muito para rir. — Começa o primeiro episodio d’esta Odyssea. 
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Capitulo XI. — Tracta-se do unico privilegio dos poeetas que tambem os philosophos quizeram tirar, mas não lhes foi concedido; aos romancistas sim. — Applicação d’estes principios a Aristoteles e Anacreonte. — O A., tendo declarado no capítulo nono d’esta obra que não era philosopho, agora confessa, quasi solemnemente. que é poeta, e pretende manter-se como tal, em seu direito. — De como S. M. elrei de Dinamarca tinha menos juizo do que Yorick, seu bobo. — Doutrina d’este. Funda n’ella o A. o seo admiravel systema de physiologia e pathologia transcendente do coração.Por uma deducção appertada e cerrada da mais constrangente logica vem a dar-se no motivo porque foi concedido aos poetas esse direito indefinido de andarem sempre namorados. — Applicam-se todas éstas grandes theorias á posição actual do A. no momento de entrar no episodio promettido no capítulo antecedente. — Uma modestia e reserva delicada o obrigam a duvidar da sua qualificação para o desimpenhar: pede votos ás amaveis leitoras. Decide-se que a votação não seja nominal, e porquê. — Dido e a mana Annica. — Entra-se emfim na promettida historia. — De como a velha estava á porta a dobar, e imbaraçando-se-lhe a meada, chamou por Joanninha, sua neta. 
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