Pois que esperava elle de mim agora, de mim
que ousei declarar-me escriptor n’estas eras de
romantismo, seculo das fortes sensações, das
descripções a traços largos e
incisivos que se intalham
n’alma e entram com sangue no coração?
No fim do capitulo precedente parámos á porta de uma estalagem: que estalagem deve ser ésta, hoje no anno de 1843, ás barbas de Victor Hugo, com o Doutor Fausto a trotar na cabeça da gente, com os Mysterios de Paris nas mãos de todo o mundo?
Ha paladar que supporte hoje a classica posada do Cervantes com o seu mesonero gordo e grave, as pulhas dos seus arrieiros, e o mantear de algum pobre lorpa de algum Sancho! Sancho, o invisivel rei do seculo, aquelle por quem hoje os reis reinam e os fazedores de leis decretam e afferem o justo! Sancho manteado por vis muleteiros! Não é da epocha.
<poem> Eu coroarei de trevo a minha espada, De cenoiras, luzerna e betarrava, Para cantar Harmódios e Aristógilons, Que do tyranno jugo vos livraram Da sciencia velha, inutil carunchosa,