Página:Vida e morte de M J Gonzaga de Sá (1919).djvu/132

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tinha o aspecto de burguês médio; quando cheguei, porém, vi-o separado em duas habitações, tendo ambas, na frente, uma faixa de terreno com alguns crotons tristes. Da rua avistei logo o caixão, o vulto confuso do cadáver dentro dele e o falso brilho dos círios aos pés e à cabeceira. Na porta, curiosos da vizinhança... As crianças brincavam na rua inocentemente. Entramos. Uma velha senhora de cor veio nos receber. Gonzaga de Sá me falara nela. D. Gabriela tinha um vago parentesco com a mulher de seu compadre; era viúva e mãe de quatro filhos.

— Já está tudo arranjado, amanhã, às 9 horas, o enterro sai.

— O caixão chegou agora mesmo; nós tratamos logo de pôr o corpo dentro.

— Fizeram bem, disse Gonzaga de Sá. Cadê o Frederico, seu filho?

— Saiu a buscar um pouco de pão.

— Quando vier, diga-lhe que eu quero falar-lhe.

— Sim senhor.

Fui vendo a sala, não havia muita gente; mas que variedade de tipos e de cores; encontravam-se quase todos do espectro humano... Muito concentrados, os circunstantes, se falavam, era baixinho, e, se lhes aflorava um sorriso