— Lei! exclamou. Isso lá é lei!
— Como?
— Não é. Não passa de uma sentença de algum doutor por aí.. Qual o Parlamento que a aprovou?
Lei, no entender do colega de Gonzaga de Sá, eram duas ou três linhas impressas, numeradas ao lado, podendo ter parágrafos e devendo ser apresentadas por um deputado ou senador às suas respectivas câmaras, aprovadas por elas e sancionadas pelo presidente da República. O que assim fosse era lei, o mais... bobagens!
Xisto vinha preocupado, sombriamente preocupado. Hesitei em lhe falar; não tive tempo, porém, de tomar uma decisão. Ele deu com os olhos em mim.
— Doutor! disse eu, fingindo surpresa e contentamento.
Ele não me respondeu claramente; articulou unicamente um grunhido de suíno, como exigia a sua respeitabilidade burocrática. Sou teimoso, quis obrigá-lo a falar; insisti amavelmente:
— Em que pensa, doutor?
Xisto gostou da minha subalternidade, concertou o pincenê, ajeitou