— Pensei não te encontrar ainda. Foste visitar o compadre aos subúrbios?
— Fui. Pobre compadre! Vai mal; depois da viuvez piorou muito...
Gonzaga de Sá baixou um tanto a cabeça e, depois, bruscamente, como quem quer afastar uma ideia triste, acrescentou:
— Fui. Cada vez mais interessantes, os subúrbios. Sobremodo namoradores e feministas...
— Feministas?
— Feministas! Como não? A atividade intelectual daquela parte da cidade, ao se entrar no trem, parece estar entregue às moças... Tal é o número das que trazem livros, violinos, rolos de música, que a gente se põe a pensar: estamos no reino da Grã-Duqueza? Conheces a Grã-Duqueza?
— Não.
— É uma opereta de Offenbach em que as mulheres são homens, fazem guerra, têm exércitos... Eu a vi pelo Vasques... Que graça tinha esse ladrão! Dizia muito bem, com muita malícia — se o nenê chorar, quem há de lhe dar de mamar? Ah! o Vasques! Que saudade!... Nos subúrbios dá vontade de perguntar — quem há de dar de mamar aos futuros filhos dessas meninas?
— Não há perigo algum, disse-lhe eu.