Página:Yayá Garcia.djvu/124

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costas, seguras a uma grossa bengala. Jorge sentiu um calafrio, como se lhe descobrissem o segredo do passado. Só depois de desfeita a primeira sensação, respondeu sorrindo:

— Não durmo; estou pensando nos aluguéis.

— Muda-se para aqui?

— Não.

— A casa é sua?

— É. Suba cá.

O homem galgou os seis degraus da escada de tijolo e entrou na varanda, onde Jorge assumira exclusivamente o papel de proprietário, olhando atentamente para as paredes do edifícios.

— Que faz por aqui, Sr. Procópio Dias, às dez horas da manhã? disse Jorge logo que o outro apareceu.

— Passei a noite na Tijuca; soube que esta casa vagara, vim vê-la; não sabia que era sua. Está um pouco estragada.

— Muito.

— Muito?

— Parece.

Procópio Dias abanou a cabeça com um gesto de lástima.

— Não é assim que deve responder um proprietário, disse ele. Meu interesse é achá-la arruinada;