Página:Yayá Garcia.djvu/213

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precipitado e nervoso. Durou isto cinco minutos. Iaiá voltou-se para dentro, saiu da janela e aproximou-se da mesa. Jorge ergueu então a cabeça para ela e sorriu.

— Não me dirá que lhe fiz eu, para ficar tão zangada comigo? perguntou com benevolência.

— Nada; eu é que fui estouvada e não sei se mais alguma coisa.

Jorge protestou que não. — Foi ríspida somente, disse ele; e se o foi sem querer, não foi sem motivo. Não me dirá que motivo é esse? Parece-me que não a tratei mal...

— Não.

— Nesse caso, o motivo está na senhora mesma; e se eu não tivesse medo, de que se zangasse outra vez comigo, atrevia-me a pedir-lhe que me dissesse tudo ou pelo menos alguma coisa.

— Para quê? Vamos jogar.

— Está escurecendo.

— Mando vir luzes.

Vieram luzes; começaram a jogar. Entre eles o xadrez não podia oferecer interesse, mas dado que pudesse, não seria naquela ocasião. Um e outro estavam distraídos e preocupados. A primeira partida foi concluída, em pouco tempo, quase sem cálculo.