Página:Yayá Garcia.djvu/240

Wikisource, a biblioteca livre

moça com os olhos, e Iaiá, depois de um instante de acanhado silêncio, respondeu com desgarre:

— É meu noivo, que vem vê-la. Quero que o conheça e não diga nada a ninguém, ouviu?

Dizendo isto, aproximou-o mais da paralítica. A boa velha contemplou-o alguns instantes, disse-lhe algumas palavras de conselho, pediu-lhe que fizesse feliz a sua filha de criação, e não obteve dele uma palavra ou um gesto de assentimento. Supô-lo comovido; mas ele estava simplesmente atônito.

Saindo fora da casa, assentaram-se à porta, na mesma pedra, assaz larga e extensa para dois.

— Foi preciso dizer-lhe aquilo, explicou Iaiá, porque eu desejo conversar com o senhor, e os noivos conversam mais à vontade. Demais, ela não é só paralítica; tem a vista fraca; amanhã posso substituí-lo, sem que ela dê pela mudança. Agora falemos de nós e daquela carta... E antes da carta, diga-me, sabia que eu estava aqui?

— Não; mas não vim até estes lados sem esperança de a encontrar. Já que fala na carta, deixe-me dar-lhe uma explicação; se a não dei até hoje, é porque não quisera voltar a um assunto,