Página:Yayá Garcia.djvu/316

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— Resta consertar a imprudência e casar, disse Estela dando à palavra um tom galhofeiro.

— Não sei! murmurou Iaiá. O que a senhora me disse é grave; não há sentimentos eternos. Parece que depois de tamanha paixão, qualquer outro afeto não terá longa vida.

— Por que não? Não hás de querer agora uma paixão, que o leve à guerra; seria um desastre. Mas está nas tuas mãos fazer que ele te ame sempre e muito.

Iaiá refletiu um instante.

— Jure-me que o não ama!

Estela franziu o sobrolho; depois mostrou-lhe o bilhete que Jorge lhe escrevera pouco antes, e cuja redação dissiparia à moça qualquer dúvida em relação ao noivo. Era uma evasiva para lhe não confessar nem mentir. A primeira vez que lhe negara o amor, foi antes um grito do coração que queria enganar-se a si próprio: agora preferia calar-se. A certeza da isenção de Jorge importava muito mais que a de Estela; a alma de Iaiá no primeiro instante, respirou à larga. O respeito que tinha à madrasta, e um pouco de ciúme retrospectivo que a mordia, ao pensar naquela paixão tão violenta e tão desenganada,