Poesias (Zaluar)/11
POESIA XI.
Se o amor nos diz a rosa;—
Se outra florinha o prazer;
Se na candura dos campos
É mentido o Malmequer;—
Consagrar não quero,—não,
Nem á rosa a minha lyra,—
Nem as ancias palpitantes
Por que meu peito suspira:
Nem a flor, que diz nas folhas
A triste sina d’amor,
Me ha de ralar d’amargura,
Nem serei seu trovador.—
Não! — Não quero das soberbas
Depender de seus agrados:
Desprézo a flor e os peitos,
Que lhe foram consagrados.
E só quero da violeta,
Que na sombra se acoitou,
O meigo, terno sorriso,
Que ao abrir desabroxou!
E só quero da violeta
O seu primeiro perfume:
Imagem d’anjo que chora
Sem paixão e sem ciume.—
Possa ella sobre a fronte,
Ou seio que a recolheu,
Em segredo revelar-lhe
Este firme voto meu!—
Abril de 184..

Todas as obras publicadas antes de 1.º de janeiro de 1930, independentemente do país de origem, se encontram em domínio público.
A informação acima será válida apenas para usos nos Estados Unidos — o que inclui a disponibilização no Wikisource. (detalhes)
Utilize esta marcação apenas se não for possível apresentar outro raciocínio para a manutenção da obra. (mais...)