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Poesias (Zaluar)/14

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POESIA XIV.

 

 
STAMBUL. [1]
 


...........Stambul, sur ce bord
Dressant mille flèches ensemble,
Se herce dans la mer el semble
Une flotte à l’anera qui dort!

V. HugoOrientale XII.

 

Stambul, tu és princeza—
Das cidades do Oriente!
Vences Smyrna em belleza,
Excedes tambem Veneza,
A fada do Occidente!

 

Tens a mesquita do moiro,
Mais o templo do christão!
O Pachá vestido d’oiro,
E d’esm’raldas um thesoiro
No turbante do Sultão!

Tens a linda Georgiana
Cóm seus labios de rubim,—
O desdem d’uma Suzana,
Cuja fronte soberana
Val Belgrado e Senlim—

A sultana favorita
Recostada no sophá,—
A moura,— a moabita,
Tens a grega,— maronita
Invocando o seu Allah!

Os kiosques de mil côres,
Os movediços fanaes—
Engrinaldadas de flores,
As lyras dos trovadores
Acompanham ternos ais!

Teu Serralho é um gigante,
Que estremece d’alegria—

Quando em dança doudejante,
Ou nos cantos, delirante,
Exala todo harmonia!

Oh! nem Granada, a famosa!
Oh! nem Sevilha, a gentil—
Tem nos seus prados de rosa
Primavera mais formosa,
Ou mais perfumado Abril.—

És a joia do Levante!
És o sonho do poeta!
És à perola brilhante
Do calipha triumphante—
O oasis do propheta!

És a corôa d’esplendores!
Invejada do christão
Quando em teu leito de flores—
Terno sorriso d’amores
Lhe embriaga o coração!

 

Janeiro de 1844.

 

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  1. Ja tambem sahio impressa.