pelo gosto de as colafizar sobranceiramente.
Ao quarto dia, quando lhe vieram abrir do cárcere, estava magro e pálido, denunciando no olhar febril e na agitação do pulso a exaltação que o possuía. Devorara o almoço com um apetite de três dias, e recolhera-se ao dormitório, dizendo-se adoentado.
- Esta febre, dissera o reitor, é obra do demônio da soberba.
A heresia e desobediência de Antônio de Morais causaram grande escândalo no corpo docente, tendo mesmo chegado aos ouvidos do senhor bispo, que muito as estranhara num aluno do Seminário maior.
O reitor dissera um dia à cabeceira do enfermo, julgando-o adormecido:
- É necessário não perder de vista esta alma vacilante. Convém quebrar-lhe a vontade a poder de jejuns e penitências.
A obra anunciada começara em breve, para a felicidade do futuro padre, combatido pelo demônio, auxiliado pelo seu grosseiro