Página:O missionário.djvu/327

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pensara, avaliando o trabalho da nova encarnação, e desta vez não tinha o dinheiro do padrinho. A pintura do altar-mor estava estragada pelas moscas, a toalha de renda roída de ratos, o missal parecia um alfarrábio comido de traças, a prata dos castiçais fora-se devorada pelo uso ou pelo tempo. Quanto seria preciso para renovar tudo isso, para dar alguma decência à igreja? Era um nunca acabar. Fizera muitos esforços, renovara os paramentos, algumas alfaias e vasos sagrados, gastara nisso todo o seu dinheiro e o que lhe dera a pia generosidade do padrinho... de que servira? Seriam precisos ainda alguns contos de réis para que a Matriz de Silves oferecesse a aparência duma casa de Deus, dum edifício em que se praticava o culto divino. Fora talvez melhor levantar um novo templo, uma Matriz nova! Seria um edifício sólido, capaz de resistir ao tempo, e não a miserável barraca de tabatinga e pau-a-pique condecorada com o nome de Matriz de Silves. Teria a forma dum