Página:O missionário.djvu/374

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o qual se rebelara embalde o sangue de Pedro de Morais que lhe corria nas veias.

Com que dor de coração se despedira da fazenda!

A mãe debulhada em lágrimas, envergonhada e tímida, transmitira-lhe no último beijo o vago terror das coisas novas com que se ia enfrentar. O pai, indiferente e grosseiro, insinuara-lhe o desprezo dos homens e a filosofia do gozo, acompanhando-o até a galeota com os olhos enxutos, os lábios sardônicos, a palavra cética e dura. A ama de leite, a boa mãe-preta que o criara e protegera, na fraqueza da mãe desmoralizada, contra os irmãos legítimos e naturais, dando-lhe o apoio da sua influência sobre a domesticidade da fazenda, abraçara-o ao embarcar, pondo-lhe ao pescoço um bentinho milagroso e dando-lhe conselhos para evitar os diversos males que por arte diabólica afligem a pobre humanidade.

Quando ficara só com o padrinho e os remadores na galeota de negócio, dera-lhe uma grande dor de perder o seu arco de