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Rios e Pântanos

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Muita vez houve céu dentro de um peito!
Céu coberto de estrelas resplendentes,
Sobre rios alvíssimos, de leito
De fina prata e margens florescentes...
Um dia veio, em que a descrença o aspeito
Mudou de tudo: em túrbidas enchentes,
A água um manto de lodo e trevas feito
Estendeu pelas veigas recendentes.

E a alma que os anjos de asa solta, os sonhos
E as ilusões cruzaram revoando,
- Depois, na superfície horrenda e fria,

Só apresenta pântanos medonhos,
Onde, os longos sudários arrastando,
Passa da peste a legião sombria.