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Sem titulo/5

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A EVOCAÇĀO

 

Oh! se é certo que emquanto a noite actua,
quando em repouso estāo as creaturas,
e que os raios escoam-se da lua
pelas pedras lethaes das sepulturas ;
oh! se é certo que então tudo d՚alli,
quanto as tranquillas campas teem, desfila,
— eu evóco uma sombra, espero Leíla :
vem a mim, minha amiga, aqui, aqui !

 

Sombra amada, apparece, eu ver-te qu՚ria
qual foste antes do corpo separada,
pallida, fria qual de inverno e dia,
pelo ultimo soffrer desfigurada.
Como estrella longinqua vem d՚ ahi,
ou como um sôpro, um som quasi insensivel,
ou inda em forma de um espectro horrivel,
para mim é o mesmo : aqui, aqui!

 

Chamo-te, nāo para exprobrar o infame
cujo rancor matára á minha amiga,
nem por que uma pesquiza, um leve exame,
dos mysterios do tumulo eu consiga ;
nāo que inda em duvidas me assalte a mí...
mas que, em minha tristeza, se te chamo
pretendo demonstrar que sempre te amo,
que sempre te pertenço. Aqui, aqui!

 
(1887. Tom. 4º, pag. 147.)
(Anno 1830.)

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