Tentação (Adolfo Caminha)/VIII

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O Visconde de Santa Quitéria foi o primeiro a anunciar a chegada do monarca a Lisboa, depois a Paris, depois a Baden-Baden; recebia telegramas diretos, que lhe enviava um amigo da corte, igualmente condecorado por Sua Majestade. E no mesmo dia em que o carteiro lhe entregava o despacho, abalava para Botafogo, dentro do seu cupê de arreios novos, com a notícia na ponta da língua.

Furtado dizia logo à mulher: — "Temos novidade!" E D. Branca ensaiava o melhor dos seus sorrisos para apertar a mão ao banqueiro.

Numa dessas noites (porque era sempre à noite que o visconde visitava os Furtado) — numa dessas noites o Santa Quitéria não encontrou Furtado em casa. O secretário tinha ido à Fábrica das Chitas visitar um amigo doente — ... o que estimei bastante... — acrescentou D. Branca em segredo.

O visconde limitou-se a um — oh! de agradecimento.

Já havia um princípio de discórdia entre os Furtado e os Holanda. Evaristo e a esposa recolhiam agora muito cedo, ao lusco-fusco, para evitar discussões com o outro casal, não obstante o bom gênio do secretário. D. Branca era sempre mais caprichosa e altiva.

De modo que o visconde não podia encontrar melhor ocasião para um rendez-vous amoroso.

Sentaram-se os dois, ele e ela, no sofá, tranqüilamente, numa familiaridade discreta, como se estivessem nalgum remanso impenetrável, interdito a olhos e ouvidos humanos. A questão era falar baixinho, para que as vozes não ecoassem, denunciadoras, além do teto, no aposento dos Holanda.

Ouvia-se o piano de D. Sinhá, na casa do desembargador. Mas a rua, como de costume, estava silenciosa.

O primeiro movimento de D. Branca, depois de sentar-se, foi para entregar ao banqueiro uma carta que há dias lhe andava no bolso do vestido.

— Leia em casa, recomendou.

Ele tomou o envelope, com um carinho singular, e guardou-o.

— Mesmo, aqui não teria encanto...

E entraram a conversar numa voz sibilada, num tom de reza ou de confissão mal quebrando o silêncio da sala. Falavam de amor e do último encontro que haviam tido. Ela achava "um bocadinho" prosaico o escritório da Rua da Alfândega, "um bocadinho exposto".

Já se tratavam por você.

— Você não imagina — dizia ela — o sacrifício que me custou!. E os homens ainda falam mal das mulheres...

Ele, então, fazia-se meigo, derreava a cabeça, sem prejudicar a linha correta do porte, dando palmadinhas na mão dela, numa intimidade de casal. Tirou da botoeira a rosa que trazia e ofereceu-lha com uma graça muitíssimo gentil.

Depois, ela pediu licença por um instante — mandou trazer vinho fino do Porto que o criado apresentou numa salva de prata.

Eram quase dez horas quando o visconde quis retirar-se.

— Agora espere o Lulu — insistiu D. Branca. — Ele não deve tardar...

— Já se havia demorado tanto! — retrucou o banqueiro. O amigo Furtado chegava cansado... e não era bonito, não era correto... E retirou-se.

Quando a campainha deu sinal do secretário, ia para mais de onze horas. A esposa não lhe ocultou a visita do visconde.

— Fizeste mal em o deixar ir.

— Disse que era tarde, que você vinha cansado...

— E que novidades trouxe ele?

— Que a família imperial chegou a Cannes. Os médicos receitaram duchas, estricnina e aplicação do gelo ao imperador.

— Já sei: o tratamento hidroterápico...

— Isso.

— Todos vão bem?

— Todos; o Velho mesmo tem esperança de se restabelecer.

— Coitado! Sempre muito amável, o visconde!

— Amabilíssimo! Perguntou pelo Raul, pela Julinha, pelos Holanda... até pelo Condicional!...

Furtado já encontrara a mulher no val dos lençóis, e, enquanto se despia) ela lhe ia dizendo tudo.

A noite estava fresca: eram os primeiros dias do inverno que aproximava eriçando a cabeleira das árvores.

Evaristo e a mulher tinham visto, da janela, entrar e sair o visconde. O bacharel não se conteve: — armou o punho indignado:

— Corja!

E recolheu cheio de ódio, tempestuoso, numa das suas explosões mal contidas de jacobino incendiário. — "Neste país devia haver uma forca, um cadafalso em cada esquina!"

Quanto a Adelaide, continuava a abrir-lhe os olhos:

— "Vamo-nos daqui, Evaristo... Mudemo-nos de uma vez... Abandonemos este Rio de Janeiro, que é um inferno... uma tentação!"

Furtado não a esquecera, apesar da discórdia que reinava entre as duas famílias. Era o primeiro a querer que ela se mudasse, que o bacharel fosse morar em outra casa, longe de Botafogo, mas não do Rio de Janeiro...

Adelaide cativava-o ainda irresistivelmente. Nas horas em que os dois casais se reuniam para almoçar ou jantar, ele sentia afluir-lhe do coração todo o sangue das veias numa pletora sensual, num gozo abstrato e mudo, que o desnorteava; e ela, como se lhe percebesse as secretas maquinações e a intensidade do calor afetivo, nem o olhava sequer...

As refeições eram rápidas agora — rápidas e frias como o cumprimento de um dever penoso. Trocavam-se glacialmente os — bons dias! — e quase não se falava mais, quase não se dizia outra coisa.

O bacharel era homem de resoluções momentâneas e inesperadas; opunha-se a qualquer idéia da esposa, mas acabava sempre concordando com ela, e o seu fiat era um decreto irrevogável.

Adelaide dera-lhe a maior prova que uma mulher pode dar ao marido de não estar em via de aumentar a espécie humana, e ele resignara-se. Vendo-a, porém, definhar, emagrecer, e estranhando-lhe certos hábitos, como o de acordar alta noite, sobressaltada, o de não comer com o mesmo apetite de quando tudo andava em ordem naquela casa, e, principalmente, o de amofinar à mais leve contrariedade, chorando às vezes, como uma criança, quando ele lhe fazia qualquer censura — vendo-a nesse estado de desequilíbrio nervoso, pensou em chamar médico.

— Por amor de Deus, Evaristo, não faça tal coisa! — rogou Adelaide.

— Por quê? Não andas doente? Não te queixas tanto?

— Pelo amor de Deus! O que eu quero é ir-me embora do Rio de Janeiro, ainda que seja para um deserto! Arranquem-me daqui, tirem-me deste inferno — é o que eu quero...

Evaristo, meio intrigado com aquela relutância da esposa, com aquela idéia fixa de deixar o Rio de Janeiro — ela, que a princípio tanto encanto achava nele — refletiu, tornou a refletir, sacrificando, nesse duro trabalho mental, as guias do bigode, que lhe não era muito farto, e optou pelo regresso a Coqueiros. Adelaide queria, não é assim? Fiat voluntas... Em primeiro lugar estava ela, sua mulher, depois o Rio de Janeiro.

Franqueza, franqueza... ele também se dera muito mal no Rio. Hipocrisia, hipocrisia e mais hipocrisia era o que a gente encontrava. O próprio Luís Furtado e a própria Sra. D. Branca o que eram, senão uns hipócritas? O visconde, o desembargador, o Condicional, o Pessegueiro... tudo uma corja de hipócritas! Adelaide tinha muita razão, muitíssima razão.

E sempre agitado, esfarelando o bigode, tomou o primeiro jornal que lhe caiu nas vistas.

— Que dia é hoje?

— Primeiro de maio.

— Ah... Bem; no dia dez temos vapor para o norte...

— Estás resolvido, então?...

— Mais que resolvido. Não podemos continuar nesta terra... tu, porque andas com a saúde arruinada, eu, porque tenho arruinado o espírito... De um lado o corpo, doutro lado a alma. O Rio é muito bom, sim senhores, mas para quem tem flexível a espinha dorsal e o caráter. Preparemos a trouxa!

Adelaide ficou olhando o marido, com um risinho seco e incrédulo à flor dos lábios, a mão no queixo, a cabeça inclinada numa pose de modelo vivo.

— Por que me olhas com esses olhos tão admirados? — perguntou o bacharel agarrado ao Comércio do Rio.

— Por nada...

— Já disse: preparemos a trouxa. Amanhã vou me despedir do Banco e telegrafar ao Rocha.

Adelaide continuava a olhar Evaristo, sem o compreender, sem compreender toda aquela precipitação.

— Não me venhas com histórias... — tornou ele.

— Mas...

— Que mas o quê! Para longe deste inferno! para longe desta porqueira! Vive-se melhor, mais barato e mais honradamente na obscuridade da província, criando galinhas ou plantando jerimuns. Estou farto de aturar a pedantocracia de Botafogo e do Sr. Luís Furtado. Um bacharel em direito vive em qualquer parte do mundo: vou advogar, vou esperar a República no sertão!

— O que eu quero dizer é que não te precipites, Evaristo. Façamos as coisas com jeito, sem desgostar a ninguém. Olha que devemos favores ao Sr. Furtado, à D. Branca...

— Adeus, minhas encomendas! — disse o bacharel erguendo-se e atirando o jornal para o lado. — Quem te afirmou o contrário? É verdade que devo muitos favores àquele bigorrilha, inclusive os duzentos mil réis que me emprestou já lá vai um ano; mas porque mos não cobrou? Negócio é negócio. Agora, daí não segue-se que lhe devo beijar as mãos como um cachorrinho de grisette.

— Evaristo!

— Digo e torno a dizer: não sou um cachorrinho de grisette para andar beijando as mãos a fidalgos!

— Fala baixo!

— Estou falando mais baixo do que costumo...

E encerrou-se a discussão entre Evaristo de Holanda e a mulher naquela tarde melancólica demais, ao crepúsculo.

Adelaide não dormiu, pensando na brusca resolução do marido e em mil e tantas coisas fúteis que aos olhos de uma mulher inexperiente como ela, e como ela supersticiosa, adquirem estranhas proporções. Mas no meio de todas essas coisas erguia-se o vulto de um homem, que não era o Holanda, que absolutamente não se parecia com aquele que ali estava a seu lado, na cama, e de novo um extraordinário medo apoderava-se dela, um pavor inexplicável, uma covardia criminosa, que a obrigava a abrir e fechar os olhos intermitentemente... Era o vulto do secretário... "a tentação", chamando-a para o mistério do gozo e para a desonra, num apelo fidalgo de cavalheiro do Amor, num requinte donjuanesco de volúpia mundana... Sim, era ele, era. Luís Furtado acenando-lhe com a felicidade efêmera de um instante, ajoelhando-se-lhe aos pés e suplicando um beijo, uma palavra de amor, um movimento de simpatia... E ela, inconscientemente, fechava os olhos para o ver melhor, e naquele sonhar acordada, ia-se-lhe a alma, num vôo rápido e traiçoeiro para o marido de D. Branca... Depois voltava ao corpo donde saíra, e logo a jovem esposa do bacharel abria os olhos, trêmula de medo, arrependida como se houvesse praticado uma ação má.

Naquela noite, mais do que em todas as outras, Adelaide pensou no secretário. — Amá-lo-ia?... Não, porque adorava o marido. Talvez acabasse amando-o... Mas o futuro é tão incerto, são tão incertas as previsões humanas!... Certo é que a imagem dele não a deixava, por mais que a repelisse.

Amanheceu o dia soberbo de luz. Evaristo tornou a falar na viagem para o norte. Adelaide disse-lhe que sim, que ia tratando de arrumar as coisas, e fez um gesto de enfado.

O bacharel vestiu-se, cantarolando de bom humor, e desceu para a refeição.

— Bom dia.

— Bom dia.

Repetiram-se os habituais cumprimentos da manhã.

Mais do que nunca o almoço correu frio. D. Branca estava de olhos duros e passava os pratos com um gesto de visível apatia. Furtado aludiu, em frases lacônicas, ao último telegrama de Cannes:

— Sua Majestade continuava no uso das duchas, — publicado nos jornais matutinos. Leu alto, para que todos ouvissem, inclusive o bacharel, que fingiu não dar atenção.

Adelaide petiscava de leve as migalhas de arroz e os bocadinhos de fritada, baixando os olhos com cerimoniosa discrição.

Evaristo, por sua vez, guardou o mais profundo recolhimento, não aludindo sequer à projetada viagem. Ia falar ao amigo no Banco e lá mesmo ajustar suas contas.

— Vamos? — disse o secretário tomando o chapéu e palitando os dentes.

— Vamos — respondeu friamente Evaristo.

E saíram como de costume, agora menos comunicativos.

Adelaide acompanhou o marido à escada e, logo que este desapareceu embaixo, porta fora, recolheu ao segundo andar, numa crise de nervos. Não havia decorrido uma hora depois do almoço, quando D. Branca ouviu gritos finos de mulher no alto do sobrado.

— É Adelaide, minha gente! — disse arregalando os olhos para o Antônio que correra.

Os gritos aumentavam, numa progressão assustadora.

— É ela! é ela! — repetiu a esposa de Furtado investindo para o corredor.

A ama, com a Julinha nos braços, abalou também dos fundos da casa, e ela e D. Branca e o Antônio acudiram precipitadamente, aos encontrões.

O fâmulo do secretário não esperou pela patroa: galgou os degraus dois a dois, três a três, numa elasticidade felina de músculos, e, sem guardar conveniências, enveredou pelos aposentos do bacharel. D. Branca foi encontrá-lo sobrepujando Adelaide que se debatia no leito numa agitação de todo o corpo, os olhos desvairados, a face muito pálida, em convulsões histéricas.

— Mas o que foi? o que foi?! — perguntava, assombrada, a esposa do secretário.

Ninguém sabia explicar, ninguém sabia dizer o que aquilo era.

— O doutor, minha senhora, o doutor! — aconselhava o Antônio, agarrado aos pulsos da doente.

A primeira idéia de D. Branca foi pedir socorro da janela, alarmar a vizinhança, salvar a sua responsabilidade, mesmo porque não tinha àquela hora quem fosse chamar o médico ou prevenir a Evaristo. O Antônio era indispensável, a ama não saía à rua, e ela, D. Branca, estava em trajos muito caseiros para se apresentar a qualquer estranho. Que falta que fazia o Raul!

A ama, sem largar a Julinha, desceu em procura do vidro de éter.

— Depressa, rapariga, depressa! — bradava a mulher do secretário, atônita no meio da casa.

Felizmente Adelaide arriou os braços, como extenuada, e os gritos foram-lhe morrendo pouco a pouco, dolorosos e cansados, na garganta.

— Oh meu Deus, que aflição me faz isso! — imprecava D. Branca.

— Não é nada, minha senhora, não é nada... — dizia o Antônio numa voz conciliadora. — E bom desabotoar-lhe a roupa... Foi um ataque...

— Espera, Antônio, espera, que eu já desabotôo.. . Não saias daqui.. traze um copo com água.

O copeiro obedeceu, enquanto ela ia afrouxando a roupa de Adelaide.

Veio o éter, veio a água, fizeram-se fricções, chamaram muitas vezes pelo nome da doente, a ver se ela acordava, cobriram-na com um lençol desde os pés até o pescoço, colocaram-lhe a cabeça nos travesseiros; mas a esposa do bacharel não dava sinal de vida.

— O coração está batendo? — perguntou inquieta, a ama.

D. Branca encostou o ouvido no peito de Adelaide.

— Está, sim... está batendo devagarinho.

— E agora? — quis saber o Antônio, pronto a retirar-se.

— Agora — ordenou D. Branca — toma um tílburi e vai, vai, correndo, avisar ao marido dela, no Banco Industrial. — Sabes onde é?

— Sei, sim senhora.

— Pois vai.

O criado atirou-se pelas escadas, mais veloz que um andarilho.

D. Branca ficou à beira do leito, muito nervosa, cheia de desapontamento, velando a enferma.

Adelaide parecia dormir, numa imobilidade de cadáver, os olhos fechados, a boca entreaberta, mal respirando.

A esposa do secretário esfregava-lhe a testa e os pulsos, dando-lhe a cheirar éter, enxugando-lhe o suor que porejava do rosto. De instante a instante mandava um olhar ao espelho do toucador. — Estava tão pálida!

Afina, Adelaide abriu os olhos com um largo suspiro que fê-la estremecer toda.

— Quer beber um pouquinho d'água? — inquiriu Branca.

A esposa de Evaristo não respondeu; olhou-a, com os olhos muito lânguidos, muito mortos, encarando, em seguida, a ama, que estava em pé a seu lado. Mas a mulher do secretário derramou algumas gotas de éter num copo e deu-lhe a beber o calmante.

— Que horas são? — perguntou Adelaide numa voz débil que lhe saía do fundo do peito com outro suspiro de alívio.

— Vai para as duas... Descanse, que o Sr. Evaristo não pode tardar...

Com efeito, o bacharel não tardou. Para isso é que havia tílburis na praça e boleeiros de encomenda. Subiu a escada num vôo.

Adelaide estava melhor, muito melhor, e já se sentava na cama; recebeu-o com lágrimas, atirando-se a ele.

— Mas que foi?... que foi? — perguntava, aflito, o marido.

A esposa do secretário explicou tudo; uma crise de nervos, um desequilíbrio... má digestão, talvez.

— Uma crise? Mas não chamaram médico?

Adelaide continuava a soluçar com a cabeça no ombro de Evaristo.

— Como chamar médico, Sr. Evaristo, se não havia por quem?...

— E o Antônio?

— O Antônio foi avisá-lo ao Banco... ora, o Antônio!

— Deixavam-te morrer, minha mulher, deixavam-te expirar à míngua! — disse o bacharel transbordando ironia. — Onde há dinheiro falta piedade... Mil vezes a Cidade Nova!

— Que quer o senhor dizer com isso? — perguntou D. Branca, ofendida.

— Que quero dizer com isto? Nada, excelentíssima, absolutamente nada.

— O senhor ofende-nos, a mim e ao Lulu...

— Eu, ofendê4a? — tornou Evaristo com um sorriso de escárnio.

— Sim, senhor: ofende-nos, tanto mais quanto nunca o maltratamos... sua senhora sempre foi muito bem tratada em nossa casa.

— Perdão, eu não vim discutir.

— Não vem discutir, mas vem ofender a quem nunca o ofendeu... Isto mesmo hei de dizer ao Lulu...

E a orgulhosa D. Branca Furtado, num assomo de cólera, que nada tinha de nobreza, embarafustou, resmungando, escadas abaixo.

— Pro diabo que a carregue! — explodiu Evaristo.

Adelaide não teve tempo de lhe tapar a boca. A frase saiu inteira, completa, dos lábios do jacobino.

— Ao dinheiro oponho eu a dignidade, morra, embora, na miséria! — continuou, afagando os cabelos da esposa.

E seguiu-se uma cena muda de carinhos entre os dois.

O próprio bacharel tinha lágrimas nos olhos.