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Pancho vacilou.

— Quer dizer justamente a qualidade de ser pintável, como você disse. Os pintores andam pelo mundo à caça do pitoresco para o fixarem em seus quadros. Mas note que neste ceibo há algo mais que velhice, há história — essa curta história resumida no letreiro. Naquele tempo Buenos Aires, a imensa metrópole de hoje, não passava de uma cidade-menina ...

Pancho voltou a pousar os olhos no letreiro.

— Será que esta árvore ainda se lembra de Jujuy, o lugar onde nasceu?

Se tem boa memória. há de lembrar-se. O vovô, que já passou dos 70, não vive contando coisas da sua meninice?

Depois de bem visto e comentado aquele ceibo de Jujuy, Dom Francisco levou Pancho a outro ponto do parque, onde se erguia uma grande árvore muito diferente do ceibo, um "gomero". O tronco, logo ao sair da terra, se dividia em numerosos galhos irradiantes, alguns em posição quase horizontal. Embaixo, em plena sombra, uma série de bancos de pedra, num dos quais se sentaram.

— Que frescura! — exclamou Dom Francisco. — A sombra das árvores é uma das bênçãos da natureza. Depois de penosa caminhada, quando um viandante dá com uma sombra destas, sente uma felicidade das inesquecíveis.

Pancho tinha os olhos naquele tronco enorme, ao pé do qual havia uma laje com inscrição em chapa de bronze.