— Sua safra de recortes deve ter sido abundantissima, disse-lhe eu. Os jornaes andam agora de encher o olho.
Mr. Slang primeiro marcava a lapis azul os trechos a recortar. Depois mettia a tesoura, quando não encarregava dessa tarefa a boa Dolly.
— Nem por isso, respondeu-me elle. Tem vindo á tona muito menos do que eu esperava.
— Pelo amor de Deus, Mr. Slang! Acha pouco?
— Não é que ache pouco. Um millesimo disto punha abaixo uma situação na Inglaterra. Mas estou vendo que o grosso não transpirará.
— O grosso? repeti admirado. Haverá um grosso?
Mr. Slang sorriu com evidente piedade da minha "sancta simplicitas".
— Tenho um amigo no Banco do Brasil, disse elle, que conhece a conta corrente secreta desse estabelecimento com o governo. Mostrou-me apontamentos — e si não me assombrei é que tenho quarenta annos de vida no Brasil.
— Mas não acha, Mr. Slang, que devia o novo governo publicar isso?
— Não. O novo governo está empe-