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Página:Versos da mocidade (Vicente de Carvalho, 1912).djvu/39

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CANÇÃO

Quando passas, bem amada,
— Clarão, perfume, harmonia —
Raia o sol e rompe o dia
Na minh’alma deslumbrada.

E, vendo-te, ó meu suplicio,
Tenho a vertigem imensa
De uma criança suspensa
Na borda de um precipicio.

Como um sonambulo errante
Que vae pela noute fóra
Vendo ao luar hesitante
Vagos prenuncios de aurora,