Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923)/Hão de chorar por ella os cinnamomos: diferenças entre revisões

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Hão de chorar por ela os cinamomos,
Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Murchando as fl ores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.
Lembrando-se daquela que os colhia.


As estrelas dirão "Ai! nada somos,
As estrelas dirão: “Ai! nada somos,
Pois ela se morreu silente e fria.. . "
Pois ela se morreu, silente e fria...
E pondo os olhos nela como pomos,
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.
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Os meus sonhos de amor serão defuntos...
Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: "Por que não vieram juntos?"
Pensando em mim: “Por que não vieram juntos?
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[[Categoria:Raimundo Correia]]
[[Categoria:Alphonsus de Guimaraens]]
[[Categoria:Poesia brasileira]]

Revisão das 00h05min de 4 de janeiro de 2014

Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as fl ores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.

As estrelas dirão: – “Ai! nada somos,
Pois ela se morreu, silente e fria...”
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.

A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.

Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: – “Por que não vieram juntos?”